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O Grupo Maquinarias tem esse nome em virtude de uma de suas principais referências teórico-metodológicas. O termo usado por Michel Foucault e autores de inspiração pós-estruturalista indica que, nós, sujeitos, assim como nossas práticas somos produzidos por redes de saber-poder, nas quais estamos inseridos e fazemos funcionar, daí a expressão foucaultiana Maquinaria de poder. Embora o termo seja usado, sobretudo, para designar processos de subjetivação em que somos disciplinados e normatizados, ao pluralizarmos o termo, pretendemos enfatizar que as resistências precisam também ser produzidas.  Foucault nos inspira nesse sentido a entender como nos fazemos sujeitos para deste modo interferirmos e mudarmos o modo de funcionamento do mundo em que vivemos. Maquinarias, maquinar, máquina sugere-nos uma compreensão da realidade social que não abdique de considerá-la em movimento, tentando identificar suas engrenagens. As vezes, trata-se de parar a maquina, outras de mudar a caixa de ferramentas para que possamos continuar pensando. Deste modo, MAQUINARIAS representa nosso desejo de criar, diante do que nos é dado e de nossa condição histórica como sujeitos.


Inspirados em autores como Michel Foucault, consideramos importante entender como infância e escola foram inventados historicamente no percurso da modernidade, a fim de compreender como acontecem hoje os processos nos quais nos tornamos sujeitos de educação. Assim, somos um grupo de extensão que pretende produzir praticas e análises sobre esses objetos (infâncias e escolas), sem que percam suas características históricas constituintes, evitando sua naturalização.
No quadro que compõe a Modernidade, as mudanças sociais e políticas que ocorrem juntamente com a nova organização social e o rearranjo da família permitem o nascimento da infância como instituição social. E dizemos nascimento, exatamente por considerarmos que a infância, longe de ser uma etapa natural da vida é uma invenção da desse momento histórico. O surgimento da infância não se dá através de um processo de descobrimento, como sendo algo que sempre existiu e que apenas a partir da Modernidade tornou-se objeto de estudo. As relações entre o saber e o objeto sobre o qual fala não é de descobrimento, mas de produção. Assim quando cotidianamente apontam-se características próprias da infância como: inocência, imaturidade, etc., o que queremos dizer é que isso não diz respeito há algo que diga de uma essência, essas características têm uma história. Não há uma natureza infantil, mas a produção de uma infância. Os discursos que enunciam algo sobre a infância, são também responsáveis por fabricá-la. Assim a Pedagogia, a Medicina e a Psicologia, principais discursos sobre a infância, não descobrem em suas pesquisas científicas aquilo que há de mais específico sobre as crianças, mas inventa essa infância e diz como ser criança.
Além disso, separar a história da infância e a da escola é tarefa difícil. É a partir da constituição de um estatuto de inferioridade que é atribuído à criança, dotando-lhe de uma série de características que irão criar a necessidade de uma instituição para seu recolhimento e formação. A escola aparece assim como o lugar de preparação da criança para o mundo adulto. É aqui que a criança entrará na semiótica dominante, aprenderá não apenas as disciplinas programadas, mas os valores, papéis e códigos de poder.

 

A escola pensada como lugar de confinamento que permite a ação da disciplina, facilmente reconhecida na separação e organização por idade, na implementação de uma rotina com horários para cada atividade, nas avaliações, etc. Mas também escola que é palco de revoluções moleculares, lugar onde a criança aprende, brinca, faz amigos, descobre o encanto das palavras...
Então mais do que falar da escola, nos interessa fazer a escola falar. Deixar aparecer as muitas vozes que compõe esse coro destoante. Pensar a escola é perseguir as linhas que a formam, que discursos aparecem, que jogos de poder existem. É buscar na micropolítica da sala de aula, dos pátios, das salas de AEE, a multiplicidade e assim a desnaturalização dos saberes e práticas.

Pelo que nos interessamos?

Como um grupo de extensão, temos interesse de estabelecer diálogos com os espaços formativos institucionais ou não voltados as infâncias, como a escola. Neste contexto, desejamos desenvolver ações que colaborarem para o enfrentamento das dificuldades do processo de escolarização, possibilitando-nos compreender como se subjetivam crianças e jovens. Entendemos que crianças, jovens, agentes educacionais são co-produtores dos discursos circulantes nas instituições (a exemplo da escola), participando ativamente dos seus processos de formação.
As ações do grupo visam, sobretudo:
a. Produzir e garantir meios para que professores, diretores, crianças, jovens, família possam refletir e modificar os contextos os quais integram e que são determinantes em sua formação;
b. Promover condições para maior visibilidade institucional de crianças e jovens, compreendendo como essas vozes tensionam/modificam nossos modos habituais de organização social ou não.

 

 

 

Entre em contato, estamos abertos a
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