Achadouros Imprimir

Espaço pra "cavar" no nosso quintal virtual, vestígios das crianças que somos (vídeos, filmes, textos, músicas, desenhos, tirinhas) todo tipo de material que traduza um pouco do que nos inspira a experienciar outras formas de existência.

A experiência, a possibilidade de que algo nos passe ou nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço. (2004; p.160)

LARROSA, Jorge. Sobre a lição. Linguagem e educação depois de Babel. Trad. Cynthia Farina. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

 


 

Livro: Vento, de Elma.

É um livro composto apenas por imagens. São ilustrações que instigam a nossa imaginação, além de ilustrar de maneira delicada o devir imaginativo das crianças, no qual elas podem criar e vivenciar toda uma história (aventura) a partir de uma sensação, o vento.
Esse livro nos inspirou e contribuiu na construção de uma de nossas oficinas: “Faz de conta que... quando a criança faz arte”, onde trabalhamos essa perspectiva da imaginação em Infâncias.

 


 

 

Livros de Suzy Lee
Sombras (Shadow)  e Onda (Wave)


Os livros dessa autora trazem uma visão interessante, retratando a imaginação nas infâncias.  O quanto as crianças conseguem reinventar a partir do que está diante delas. No livro “Onda”, a menina ‘sapeca’ de Suzy Lee brinca com as ondas, imaginando ser o maestro e as ondas seguem suas instruções. Encantando-se com o que ali está, e o transvê, e o “transvive”.
Em sua outra obra, a Sombra, o objeto agora que provoca imaginações são as sombras, com as quais a garota cria histórias, e vive essa fantasia. Em que objetos aparentemente simplórios e sem grande valor ganham formas no imaginário da criança, até o momento em que ela escuta sua mãe a lhe chamar.
*Livros que também inspiraram a construção da oficina: “Faz de conta que... quando a criança faz arte”.

 


Livro: Telmo no quiere ser ninõ, de Carlo Frabetti e Patrícia Metola (ilustradora)

Esse livro conta a história de um garotinho que não quer ser criança. Telmo se sente desconfortável perante o mundo dos adultos já que tem sempre que se adaptar a ele... As regras e aos quereres das gentes grandes. Ele interpreta esse mundo a sua maneira, às vezes irritado.  Ele quer ser um pirata, ou um pássaro... Na verdade o seu desejo nada mais é do que aproveitar livremente as suas fantasias, atribuindo vida à sua imaginação.
Esse livro ilustra muitos dos nossos pontos de discussão em grupo, como por exemplo, o modo como consideramos as crianças. Que lugar elas ocupam “político” e socialmente.
Algumas ilustrações do livro foram utilizadas nos slides do trabalho de um dos nossos maquinariantes, Dimas Cavalcante, apresentado nos Encontros Universitários 2011 – Sobral.


 

Filme: Le Ballon Rouge

O Balão Vermelho (do francês: Le Ballon rouge) é um filme de 1956. Ele nos conta as aventuras de um menino que um dia ao voltar da escola encontra uma  balão vermelho nas ruas de Paris e faz dele seu o seu companheiro de todas as horas.

Esse filme também nos inspirou para a realização da oficina “Faz de conta que... quando a criança faz arte”, pois ilustra a sensibilidade da imaginação infantil.
Fragmento do filme: http://www.youtube.com/watch?v=SlAGT3RWJKE&feature=related


Filme: Crianças Invisíveis

Crianças Invisíveis (All the Invisible Children) é uma coletânea de sete curtas que tem a pretensão de expor os diferentes modos de ser criança, as diferentes “culturas infantis”¹ que existem. Cada curta foi dirigido por um diretor diferente, em um país diferente. Essa coletânea nos mostra o quanto a padronização na maneira de considerar as infâncias é incoerente com as diversas realidades infantis que o mundo comporta.
¹ termo tirado do texto: As culturas da infância nas encruzilhadas da 2ª Modernidade, de Manuel Jacinto Sarmento.
Foi utilizado em um dos momentos de estudo do grupo, sendo discutido juntamente com o texto de Manuel Sarmento, (disponível aqui)
Triller do filme: http://www.youtube.com/watch?v=dfDbM7XrF4Q

 


 

Vídeo: A invenção da Infância


Vídeo ilustrativo do processo de construção do conceito de infância com algumas realidades atuais. Mostra-nos de maneira dinâmica como as crianças passaram, de seres anônimos a centro de toda estrutura familiar e escolar, e consequentemente, tomaram um papel mais do que considerado na organização da vida social, fazendo comparações com alguns realidades atuais. Além disso, traz uma reflexão do que é ser criança no mundo contemporâneo.
Vídeo utilizado em um dos momentos de estudo em grupo, sendo relacionado com obra de Philippe Ariès, “História Social da Criança e da Família”.
Link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=BCJQW6YHfHI

 

 


Música: A Palavra Cantada

O gruoi A Palavra Cantada existe desde 1994. Eles criam músicas com todo cuidado nas letras, sons e sentidos voltados às crianças.
As músicas da Palavra Cantada já foram utilizadas em algumas dinâmicas em nossas intervenções. Uma delas foi na oficina “Desmontando a família desestruturada”, na qual as crianças brincaram recriando a letra da música apresentada.

 


Posia: Manoel de Barros

 

O poeta Manoel de Barros é uma das, se não, a maior inspiração artística do Maquinarias. As suas palavras estão quase sempre presentes em nossas produções, nossos momentos... Em nossas intenções e compreensões a respeito de infância.
Esse autor nos traz sua visão infante. É isso que nos encanta tanto em Manoel, é o que nos inspira. Ele traz consigo essa idéia de experiência, viver tudo com se fosse algo novo. O que é uma grande característica do nosso grupo: o foco nos processos e nas vivencias além das concretizações de nossos desejos.

“As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis: Elas desejam ser olhadas de azul. Que nem uma criança que você olha de ave.”

“O olho vê, a lembrança revê, a imaginação transvê. É preciso transver o mundo.”

- No documentário só 10% é mentira, o autor nos conta um pouco sua vida ligada ao seu processo de escrita poética. (trailer do documentário: http://www.youtube.com/watch?v=9_qm9AqLxcs)

- Exposição FOTOPOÉTICA – OU A ARTE DE TRANSVER O MUNDO (é um projeto que nasceu da união da poesia que existe nas imagens da fotógrafa Crisna Pires, com a força imagética que tem as palavras do poeta Manoel de Barros, pescadas e pesquisadas pelo produtor cultural Tiago TAO). (link do blog: http://exposicaofotopoetica.blogspot.com/p/exposicao.html )